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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Filme: Sherlock Holmes - O Jogo de Sombras

Definitivamente, não é Sherlock Holmes o personagem que Robert Downey Jr interpreta nesta nova adaptação cinematográfica do célebre personagem literário.

Novamente dirigido por Guy Ritchie, esse Sherlock Holmes- O Jogo de Sombras (A Game of Shadows, 2011) é uma ótima pedida para os fãs de ação e dá sequência aos acontecimentos mostrados no final do primeiro filme de 2009.

Watson (Jude Law) está prestes a se casar deixando Sherlock (Downey Jr) responsável por sua despedida de solteiro.

Acontece que o brilhante detetive, após semanas recluso, está com uma nova obsessão: ele acredita que o professor de matemática James Moriarty (Jared Harris) é o cabeça de uma organização responsável por vários crimes que tem ocorrido com frequência em toda a Europa e planeja iniciar uma guerra mundial entre as nações.
Mycroft (Stephen Fry)
Caberá a Sherlock desvendar mais esse mistério viajando pelas fronteiras europeias com a cigana Simza (Noomi Rampace), trazendo um contrariado Watson a tiracolo e sendo auxiliados ocasionalmente pelo irmão mais velho (e mais inteligente) de Sherlock, o observador Mycroft (Stephen Fry), funcionário do governo britânico.

Como fã e apreciador dos contos escritos por Arthur Conan Doyle, me atrevo novamente a dizer que esse não é o detetive dos livros. 

Simza (Noomi Rampace)
Enquanto no primeiro filme dava pra relevar uma coisa ou outra em função da ação divertida e das referências jogadas na trama, nesse segundo o personagem assume definitivamente o caráter de um herói de ação, como um típico agente secreto inglês do início do século XX.

Só pra dar um exemplo numa das cenas da metade inicial do filme, Sherlock luta sozinho com cinco ou seis capangas de Moriarty e, apesar de levar bastante porrada e demorar um pouco, vence todos no final da luta.


O personagem em si apresenta durante todo o filme um fôlego digno de um Ethan Hunt vitoriano, só pra citar o personagem vivido por Tom Cruise na série Missão: Impossível (da qual falei no post anterior). Inclusive com uma cena de ressurreição parecida com a que Hunt viveu em M:I 3.

É claro que a inteligência de Sherlock ainda está presente nesse filme, mas ela se deve muito mais a sua capacidade de prever os acontecimentos (sempre revelada a nós espectadores na hora H) do que a capacidade dedutiva propriamente dita e amplamente conhecida.

A câmera subjetiva, em que Holmes previa os movimentos de uma luta antes dela começar, está de volta nesse segundo filme, sendo utilizada bem mais vezes do que no primeiro, inclusive com uma inteligente e benvinda subversão dessas previsões no confronto final com Moriarty.
Moriarty (Jared Harris)

Um Moriarty que merece o destaque de atuação do filme, pois seu intérprete Jared Harris consegue passar com absoluta calma todo tom de ameaça contida que o personagem desvela.

Se a regra em toda a continuação é fazer um filme maior, o diretor Guy Ritchie seguiu a cartilha risca filmando em muito mais locações que o primeiro filme, aumentando consideravelmente as explosões e efeitos especiais e quase exagerando em sua assinatura estilística de diminuir e aumentar a velocidade de uma mesma cena.


A grande sequência nesse sentido, que com certeza entra em seu currículo como uma das melhores de sua carreira, é a fuga de Sherlock e companhia por entre as árvores enquanto os homens de Moriarty atiram e bombardeiam a floresta desenfreadamente. 

O nível de detalhes, com estilhaços de madeira voando para todos os lados, fumaça, fogo, tiros cortando os ares e personagens lutando para garantir a fuga é capaz de deixar o espectador sem fôlego e deve ter demorado meses para ficar pronta.


Destaque para a edição de som que acompanha com louvor as aceleradas e freadas do diretor e mais uma vez para a trilha sonora de Hans Zimmer que deixou a trilha já construída no filme anterior bem mais grandiosa com a entrada de Moriarty na trama.


A trama ainda contém bastante referências aos livros e um espectador mais atento vai perceber várias delas. 

A mais óbvia de todas é em relação ao conto O Problema Final em que Holmes narra a Watson a descoberta de uma mente criminosa tão inteligente quanto ele: o professor Moriarty, que chefiava o crime em quase toda a Europa.

No conto, Holmes abandona a Inglaterra para perseguir Moriarty e tem um encontro fatal (para os dois) nas cataratas de Reichenbach na Suíça. Fatalidade essa que não demoraria muito tempo para ser revertida pelo próprio Conan Doyle na literatura.

Enfim, mesmo se distanciando ainda mais do personagem literário, O Jogo de sombras é um bom filme de ação com cenas de tirar o fôlego do espectador, diálogos rápidos, boas atuações, ótimos efeitos e uma bela trilha sonora.

Recomendado.

Valeu!

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