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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Filme: Professora Sem Classe

Esqueça tudo que você sabe sobre filmes de professores no cinema.

Em Professora Sem Classe (Bad Teacher, 2011) novo filme do diretor Jake Kasdan o que impera é o politicamente INcorreto de uma professora que não quer salvar ninguém além de si mesma.

Elizabeth Halsey (Cameron Diaz) é uma professora que está prestes a largar o emprego e casar com um rico descendente. Até o dia em o noivo lhe dá um pé na bunda e ela volta, com muita má vontade, a trabalhar na escola pra poder ao menos pagar as contas. 

É quando aparece o professor substituto Scott Delacorte (Justin Timberlake) e ela decide colocar silicone pra poder atrair o moço, que vem de uma rica família. O problema é que seu salário não paga a operação, e ela começa a aplicar uma série de golpes na escola (e fora dela) pra juntar o dinheiro para a tão sonhada operação.

Escrito por Gene Stupnitsky e Lee Eisenberg, dupla responsável por vários episódios da série de TV The Office, o filme é recheado de palavrões, situações escrachadas e surpreende por não dar quase nenhuma chance a estrutura de comédias certinhas, sejam elas românticas ou besteiróis.

Por exemplo, quando você acha que a trama vai virar um drama escolar, com a revelação de perda do pai por parte de um dos alunos, Elizabeth simplesmente dá um conselho nada maternal, porém bastante sincero ao garoto, subvertendo todas as expectativas, tanto dos espectadores quanto dos personagens que a rodeiam.

É nesse ritmo de surpresa e subversão de gênero narrativo que o filme encanta. É claro que nem tudo será incorreto e mesmo Elizabeth aprende uma lição ao final do filme. Só não espere que isso ocorra logo e nem mesmo que ela fique muito feliz com isso. 

Quem é fã de comédias certinhas e corretas, com final triste e dramático pode não sair muito feliz do filme em si.

Elizabeth é uma personagem boca-suja e oportunista que não ta nem aí pros alunos e muito menos pros colegas de trabalho. Ela encarna todos os clichês de maus professores que já se ouviram por aí. 

Só começa a ensinar mesmo quando é informada do prêmio em dinheiro pago ao professor da turma que tirar a maior nota em exames estaduais. E, mesmo assim, com métodos de ensino pouco recomendáveis.

Cameron Diaz encarna o papel perfeitamente e seu carisma é absolutamente inegável. Mesmo a personagem sendo escrota e incorreta durante quase todo o filme fica difícil torcer contra ela. O que ela evoca no público é uma espécie de amor-bandido que nos faz sorrir a cada vez que se livra de uma situação difícil ou inventa um meio nada convencional pra atingir um fim.

As seqüências em que dirige o carro de marcha-ré e a sua quase transa com o personagem de Justin Timberlake estão entre suas melhores seqüências no filme.

O professor certinho é encarnado com talento por Justin, que não decepciona num papel escrito propositalmente com pouca personalidade.

Destaque positivo para Jason Segel (como o sacana professor de educação física), Phyllis Smith (como uma professora extremamente tímida) e Lucy Punch, cujo personagem tem boas seqüências como a neurótica rival de Elizabeth.

Até mesmo algumas seqüências que já são clichês como a da lavagem de carros são bem executadas pelo diretor.

Que também abusou de Rocks pesados na trilha sonora, o que poderia remeter diretamente ao filme Escola de Rock (com Jack Black), que é bem mais certinho e convencional na estrutura de transformação do personagem.

Uma comédia nada correta que subverte os padrões do gênero de “filme escolar” de forma não recomendada pra menores e se for apreciada sem preconceito e moderação por parte do espectador, poderá render boas risadas.

Recomendado.

Valeu!

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