Se seu comentário não aparecer de imediato é porque eles são publicados apenas depois de serem lidos por mim.
Isso evita propagandas (SPAM) e possíveis ofensas.
Mas não deixe de comentar!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Quadrinhos: Y - O último Homem - A senha

Raramente falo de obras mais de uma vez aqui no blog, mas a continuidade e, principalmente, a qualidade dessas séries praticamente me obrigaram a escrever esse post e o próximo.

Foram lançados bem recentemente pela Panini Editora dois álbuns de quadrinhos que dão continuidade a duas das melhores sagas do selo adulto VERTIGO, da editora americana DcComics, sendo publicadas atualmente.

Y - O último homem (que já comentei aqui) está em sua terceira editora brasileira, sendo que as duas primeiras não chegaram muito longe com a saga. Seja por praticarem preços exorbitantes ou seja por falência da editora.

Esse 4º. Volume do recomeço da saga pela Panini (que já republicou os três primeiros) tem 148 páginas e apresenta as edições 18 a 23 da edição original americana.

Mostra o que seria a penúltima parte da viagem do último homem da Terra, Yorick, e suas duas acompanhantes, a doutora Mann e a agente 355, ao laboratório da doutora para investigar o porquê de Yorick e seu macaquinho Ampersand terem sobrevivido ao misterioso fenômeno que matou todos os machos do planeta. São duas histórias em três partes cada uma.

A primeira história, A Senha, começa com Ampersand ferido e precisando de cuidados mais profissionais do que a doutora Mann poderia oferecer. Como Yorick sempre se mete em confusão, a agente 355 decide deixá-lo numa cabana isolada nas montanhas com sua antiga professora e amiga, a agente 711, enquanto ela e a doutora vão procurar um hospital que possa curar o macaco. Só que a agente 711 parece ter outros planos para o jovem Yorick.

É a primeira vez na série que o sexo é efetivamente abordado, mas com o roteirista Brian K. Vaughn, nada é tão simples quanto se espera. Vaughn mergulha fundo na psiquê de Yorick, que revela traumas sexuais profundos e bastante inesperados para um personagem de quadrinhos, o que o torna bem mais real e humano do que se vinha apresentando até então. 

Ótima abordagem do roteirista afinal, todos temos um pouco de loucura e, de acordo com Freud, a maioria dessa loucura vem de traumas com relação a sexo.

Não espere nada muito sensual dos desenhos de Pia Guerra, que apesar de não decepcionar ao retratar anatomias, faz questão de mostrar os traumas do personagem de forma que eles passem essa mesma sensação pro leitor. Seu estilo é realista, simples e pouco detalhado, mas consegue dar ênfase em expressões e é mestra em desenhar gente comum, sem músculos ou muitas curvas.

Rascunho de Parlov
O segundo arco, A passagem da Viúva, mostra o trio tentando cruzar uma estrada interestadual bloqueada por um grupo extremista que acredita que o governo matou todos os homens e acha que precisa resistir impedindo a passagem de pessoas (e remédios e mantimentos) de um lado a outro do país.

É a vez da Dr. Mann revelar um pouco de sua motivação e alguns segredos em relação aos experimentos com clonagem que fazia antes de todos os homens do mundo morrerem. Nesse meio tempo somos apresentados de bom grado a episódios reais da História americana que teriam inspirado Vaughn a criar a motivação pra história.

O desenhista convidado Goran Parlov dá um show a parte imitando com sucesso o traço de Pia Guerra, mas conseguindo superá-lo em dois pontos: suas mulheres são mais curvilíneas e seu traço faz a ilusão de movimento bem mais convincente que a desenhista principal da série. Espero mais desenhistas convidados assim.

Uma ótima série adulta que surpreende positivamente a cada nova história e, como já falei na minha resenha anterior, merecia uma adaptação de respeito pra televisão. 

Alô HBO, cadê os produtores de vocês que não lêem isso?

Recomendadíssimo!

Valeu!

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
 
Tweet