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sábado, 15 de janeiro de 2011

Filme: De Pernas Pro Ar

É fato notório e consumado que o brasileiro gosta muito de sexo. Explicação pra isso? Várias. Uma indiscutível é o clima tropical que nos obriga a mostrar muito mais pele do que outras pessoas no planeta, exaltando assim a atração entre os pares.

Por conta disso, o sexo está enraizado em nossa cultura diária muito mais do que em várias partes do mundo. O que não nos torna necessariamente uma sociedade de depravados e nem mesmo avançados sexualmente. Ou seja, apesar do excesso de sensualidade, o sexo ainda é abordado com muito tabu na sociedade brasileira.

O filme De pernas pro ar do cineasta Roberto Santucci tenta mudar essa visão.

Alice (Ingrid Guimarães) é a gerente de marketing de uma grande empresa de brinquedos as vésperas de receber uma grande promoção. Viciada em trabalho, ela dá pouca atenção ao marido (Bruno Garcia) e ao filho até que, por causa de um erro numa apresentação, ela é demitida sumariamente e ainda é abandonada pelo marido no mesmo dia. Sem perspectivas, vê uma alternativa de trabalho (e de mudança de vida) ao entrar de sócia com a vizinha Marcela (Maria Paula) numa SexShop.

O tema do filme é a liberação e o preconceito sexual e o arco dramático de Alice é muito bem montado pelo roteiro que consegue apresentar e desenvolver satisfatoriamente a personagem em três fases: a quebra do preconceito, a descoberta do prazer pela auto-satisfação e o enfim bom relacionamento com a família.

Prato cheio pra imediata identificação feminina.

Tudo isso trabalhando com piadas e tiradas muito bem-humoradas (algumas já clássicas) sobre sexo, que sem nenhum tipo de apelação ou mau-gosto conseguem evocar o riso certo em qualquer tipo de espectador.

Ingrid Guimarães mostra que tem força pra levar um personagem principal ao mostrar muito carisma interpretando Alice. Apesar de parecer um pouco burocrática em algumas cenas, é sem dúvida a alma do filme.

Maria Paula não decepciona, mas não mostra muito aprofundamento de atuação, fazendo praticamente o mesmo que já fazia no programa de tv dos Cassetas.

E Bruno Garcia... bem, Bruno Garcia faz o mesmo marido charmoso e preocupado que já deve ter feito algumas vezes na TV.

E esse é um ponto ruim do filme: praticamente todos os atores já são conhecidos da televisão e nenhum deles consegue entregar algo além do que já foi visto na telinha.

Menção honrosa para a veterana Denise Weinberg, premiada atriz e professora de teatro que interpreta a mãe de Alice, Marion, muito a vontade e engraçada no papel de uma senhora aposentada que só quer saber de viver a vida.

Com um trabalho satisfatório de direção e edição que cumprem claramente o papel de servir ao texto e ao carisma dos atores, o filme merece o sucesso que está fazendo principalmente pelos temas discutidos e pelas gargalhadas que algumas situações inusitadas dessa discussão evocam pelo caminho.

Recomendado.

Valeu!

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