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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Filme: Deixa Ela Entrar (Låt den rätte komma in)

Quer ver um filme de romance vampiresco adolescente diferente do que está na moda? 

A dica é Deixa Ela Entrar (Låt den rätte komma in, 2008), um filme do diretor Tomas Alfredson que, desde seu lançamento na Suécia em 2008, vem sendo bastante elogiado pela crítica especializada no mundo todo. Sua estréia aqui no Brasil foi apenas em outubro de 2009, mas ainda dá pra assisti-lo em alguns (poucos) cinemas.

É a história de Oskar (Kåre Hedebrant), um garoto de 12 anos que é importunado por valentões da escola, além de muito solitário, até que acaba fazendo amizade com a menina Eli (Lina Leandersson), sua nova vizinha que só aparece a noite.
Acontece que Eli é uma vampira que fica encantada com Oskar, mas que tem dificuldade em controlar sua sede por sangue, o que causa bastante rebuliço devido aos misteriosos assassinatos ocorridos na região.

Uma trama que na verdade retrata a ruptura com a inocência de forma bastante sensível e desafiadora, mas com um desenrolar um tanto pesado e violento.

O roteirista John Ajvide Lindqvist, que também é o escritor do livro original, cria uma história de romance adolescente bastante inusitada.

A amizade entre os dois personagens vai sendo belamente construída na base da dependência, motivada pela falta que eles sentem por pessoas de sua idade (apesar de nunca ser revelado a idade real de Eli). A violência faz parte, não por escolha própria, da vida dos dois e isso acaba sendo um fator importante para eles se unirem.

Uma narrativa construída inteiramente no presente que deixa várias perguntas na cabeça do espectador, justamente em relação ao passado dos personagens. Uma reflexão é necessária, por exemplo, para se entender a história do velho que mora com Eli e sua relação com Oskar no fim do filme. Escolha acertada do roteirista principalmente por causar discussão e estimular a imaginação.

O diretor constrói a trama de forma bem lenta, mas extremamente progressiva, abusando de planos estáticos, onde só os personagens se movem, na primeira metade do filme. Quando a câmera enfim se movimenta é pra revelar algum objeto ou personagem importante para estabelecer o suspense na película.
Outro fator que colabora nesse suspense é a quase ausência de trilha sonora em momentos que precedem a tensão. Existe música, mas ela só se revela em momentos de passagem ou pra incitar emoção, quase nunca nos momentos de suspense. A edição de som deixa todo o trabalho na respiração e fala dos atores, que se torna bastante ruidosa e pesada devido ao clima gelado da cidade onde se passa a trama. 

A neve abundante nas cenas externas é um grande elemento opressor que estabelece o tom pesado com que se desenrola a trama e também é um espelho para a frieza dos colegas valentões e do próprio Oskar nas cenas de confronto.

Apesar de fazer parte do filme, a violência não é retratada com mal-gosto, nem mostrada em detalhes ou closes específicos. É claro que não dá pra saber se isso é motivado por escolha estilística ou falta de verba da produção. O que se vê mesmo, e que não podia faltar num filme de vampiro, é bastante sangue, esse sim mostrado sem pudores.
O casal de atores principal mostra uma boa química juntos e faz um bom trabalho, apesar de mostrar inexperiência em algumas cenas. 
Destaque para a atuação dos companheiros do valentão que oprime Oskar na escola, por conseguirem passar dúvida e arrependimento de forma uma tanto mais elogiosa do que o casal principal.

Importante dizer que a trama retrata vampiros na forma clássica: ágeis, rápidos, com medo de sol, que mordem pescoços para viver e, principalmente, precisam de convite do morador para entrar numa casa, daí o título do filme. 

Dois fatos que podem decepcionar algumas pessoas: Primeiro é que não é um filme de ação, apesar dela estar presente, e Segundo é que não há nenhum vampiro bonitinho no filme, apesar da história ser intrigante. 

Outra coisa importantíssima, e que não poderia deixar de falar, é que não é um filme para criança e talvez seja um pouco denso demais para adolescentes. Diferente dos sucessos Crepúsculo e Diários do Vampiro.

O filme tá dando tanto o que falar que uma versão americana já tem diretor e atores confirmados e deve começar a ser filmada ainda esse semestre. Mais uma vez os americanos refilmando filmes estrangeiros para adaptá-los a sua realidade. Será que eles não gostam de ler legendas?

Um filme um tanto pesado sobre o sobre o final da infância, iniciado de forma um pouco parada, cujo fio-condutor é uma história de amor entre dois pré-adolescentes que ao final incita a reflexão e discussão é o que esperar desse ótimo suspense.

Recomendado.

Valeu!

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei da sugestão, mas quanto as adaptações americana, acredito ser uma estratégia de de hollywood de se apropriar do sucesso alheio para tirar proveito. Como no caso de cloverfield, onde as filmagens seguem o padrão de Rec.
Beijos e fui!!!

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