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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Filme: Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds)

Era uma vez na França ocupada pelos nazistas...

É a frase que estampa um dos posteres e começa o filme Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds, 2009), o novo do diretor Quentin Tarantino, responsável por filmes de sucesso como Pulp Fiction, Um Drinque no inferno e Kill Bill.

Bastardos Inglórios também é o nome do grupo especial, que na história é formado de soldados judeus do exército americano, cujo único objetivo é matar nazistas.

Shosanna (Mélanie Laurent) é uma jovem judia-francesa que teve toda a família morta pelo coronel nazista Hans Landa (Christoph Waltz) e vive disfarçada como dona de cinema na Paris do ano 1944.
Está apenas tentando ganhar a vida quando recebe a proposta de fazer no seu cinema uma pré-estréia com a presença de todo alto-escalão do exército nazista. Não quer deixar a chance de vingança passar.
O tenente do exército americano Aldo Raine (Brad Pitt), conhecido como o Apache, também promete não deixar seus Bastardos ficarem fora dessa.

Com um roteiro escrito pelo próprio Quentin Tarantino, o filme destila ação inconseqüente, diálogos intelectuais e homenagens a filmes da década de 20 e 30.

Bom pra ver que Tarantino continua em forma.

Tanto nos absurdos, nada reprováveis, de suas tramas, quanto na verborragia presente em seus roteiros.

Por exemplo, a primeira seqüência do filme dura uns 15 minutos sendo 90% dele só de diálogos. É o diálogo mais longo do filme que serve para apresentar o personagem do coronel Hans Landa, grande vilão do filme, e a motivação da personagem Shosanna. Desnecessário dizer que termina de forma trágica.

Talvez assim pudéssemos definir os filmes de Tarantino, várias seqüências de diálogos que terminam num arroubo de ação onde morre muita gente. Mas é claro que não é só isso.

Ele é um grande mestre em mexer com as emoções do público, não tendo pena em apresentar personagens, colocá-los em situações que despertem a simpatia do espectador para depois acabar com eles sem dó nem piedade.
Por exemplo, a participação inglesa na história foi muito alongada, ficando meio solta no propósito geral do roteiro. Provavelmente o objetivo foi mostrar o personagem de Winston Churchill e destilar o conhecimento do autor sobre cinema alemão. Além da participação especial do comediante Mike Mayers, claro. Tudo, a meu ver, desnecessário para a trama central.

Atuações medianas, porém acertadas de todo o elenco, em especial de Christoph Waltz que consegue cativar e chocar o público ao mesmo tempo com a genialidade e crueldade de seu personagem.

Em menor grau, o destaque é a francesa Mélanie Laurent pela frieza, fragilidade e força de sua Shosanna.

Ao contrário do que transparece, Brad Pitt não tem muito tempo de cena, o que é uma pena, pois seu personagem Aldo, cheio de sotaques e trejeitos lingüísticos, merecia um melhor aprofundamento por parte do roteiro.

Direção competente que constrói a tensão do roteiro em movimentos de câmera reveladores e nos planos detalhes de rostos e objetos importantes para a trama.
A cena em que um filme é projetado na fumaça ao fim de película é simplesmente magnífica.

Grande homenagem de Tarantino a filmes antigos ou um filme sobre o cinema, como diria o crítico Pablo Villaça (@pablovillaca) , editor do site CinemaemCena.

Grande trilha sonora com muitas músicas que remetem a clássicos do faroeste, o que já se tornou marca do autor, inclusive com canções de Ennio Morricone, grande compositor de trilhas para filmes de cowboy.

Apesar de se passar na 2ª. Guerra Mundial, não há preocupação nenhuma do autor em preservar a verdade histórica, a frase que inicia o filme e o final da pélicula deixam isso evidente, mas ele consegue entreter o público como ninguém.

Um bom filme, que não chega a ser o melhor da carreira de Tarantino, mas diverte bastante com seus diálogos tensos,  ação abrupta e trilha sonora instigadora.

Recomendado.

Valeu!

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