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domingo, 30 de agosto de 2009

Dica de site: Foto Astronômica do Dia

Fiz um curso de capacitação de professores de ciência exatas no planetário do Rio essa semana e um dos sites indicados pelos professores foi esse: Foto Astronômica do Dia (http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/astropix.html).

<==Galáxia de Andrômeda


Nesse site, todo dia há uma foto nova com um tema relacionado a Astronomia. O melhor de tudo é que há um sistema de busca e você pode pesquisar fotos publicadas desde 1995 até hoje. Tudo em inglês, é claro.
Via Láctea==>

Astronomia é uma coisa que sempre fascinou o homem talvez pela sua necessidade de explicar a si próprio através da observação das estrelas.

Afinal: de onde viemos? Pra onde vamos? Quando isso acontecerá? São perguntas que o homem sempre buscou responder e num sentido científico (e não metáfisico, religioso ou filosófico) a Astronomia estabelece várias explicações para isso.

<==Nebulosa da Cabeça do Cavalo

Por exemplo: uma das teorias mais aceitas sobre a formação de estrelas como o nosso Sol diz que ele surge de pequenos pontos de acumulo de gás das Nebulosas, que se combinam numa série de processos químicos que dão origem a queima e ao brilho que observamos de longe. E dele vem também, através de processo de fusão e fissão nuclear, todos os elementos químicos que formaram o planeta Terra.

Ou seja, no fundo todos nós somos poeira de estrelas.

Outro ponto interessante frisado pelo astrônomo que ministrou o curso é que nosso Sol só tem apenas mais 5 bilhões de anos de vida útil como estrela amarela. Depois disso ele vai se expandir e virará uma gigante vermelha que queimará lentamente até apagar.

Ponto negativo
: o aumento de massa destruirá todos os planetas de Mercúrio até Marte (passando pela Terra, claro!). Ponto Positivo (será?): pelo menos ele não vai explodir numa SuperNova e acabar com todos os planetas do nosso sistema solar.

Nebulosa da Tarântula==>

Mas aí o astrônomo chamou a atenção para outra situação: as galáxias estão em movimento constante no céu. E antes que o Sol fique vermelho, a nossa Via Láctea colidirá com a galáxia de Andrômeda (M-31) no pequeno espaço de apenas um bilhão de anos. Complicado, não?
(Galáxias colidindo.)
A coisa boa nisso é que nós não estaremos aqui em bilhão de anos. Pelo menos não da maneira que estamos agora...

Site do planetário do Rio: http://www.rio.rj.gov.br/planetario

Site de um dos astrônomos que deu o curso: http://www.geocities.com/naelton

Valeu!
Obs.: Todas as fotos postadas aqui foram retiradas do site da Foto Astronômica do dia.

sábado, 29 de agosto de 2009

Dica de filme: O Quarto de Fermat

Pierre de Fermat é considerado por alguns “o grande blefador da matemática” por ter escrito em 1637 que conseguia provar um teorema, mas a margem da página onde escrevia não tinha espaço para fazê-lo. Somente em 1995 (mais de 350 anos depois), Andrew Wiles, um matemático inglês, conseguiu provar o teorema de Fermat e usando fórmulas que estavam muito longe de serem desenvolvidas nos anos 1600.

E é nesse clima de proposições meio-verdadeiras, meio-falsas que se desenvolve o suspense O Quarto de Fermat (La Habitación de Fermat, Espanha, 2007).

Um bom suspense com atuações que vão de boas a medianas, mas com um clima tenso e com reviravoltas que te prendem na cadeira.

Quatro matemáticos são convidados pra um fim-de-semana de desafio intelectual onde lhes será proposto resolver um grande enigma matemático. Por carta, cada um recebe como pseudônimo o nome de um matemático famoso. Galois (Alejo Sauras ), Oliva (Elena Ballesteros), Hilbert (Lluís Homar) e Pascal (Santi Millán) são conduzidos remotamente até uma região afastada da Catalunha espanhola onde, dentro de um celeiro abandonado, existe uma sala luxuosa com comida, quadro negro e livros para consulta do que precisarem para resolver o problema. Mas numa virada inesperada as paredes começam a se mexer, a porta se tranca e a sala encolhe pouco-a-pouco. É então que eles serão obrigados a resolver pequenos desafios lógicos enviados para um PDA (computador de bolso) enquanto tentam resolver o problema maior de quem os trouxe para lá e porquê essa pessoa os quer esmagados.O roteiro escrito pelos diretores Luis Piedrahita e Rodrigo Sopeña faz as vezes de suspense clássico e dá várias pistas do verdadeiro idealizador da arapuca, mas consegue manter o interesse através de revelações sobre o relacionamento do matemáticos (que não deveriam se conhecer) durante todo o filme.

Destaque para a boa atuação de Santi Millan, como Pascal, um engenheiro de meia-idade com convicções de vida bem práticas, mas ainda assim atormentado pela culpa.

Chama atenção também a atuação do veterano ator argentino Federico Luppi (que já fez O Labirinto do Fauno, A Espinha do Diabo entre outros), que faz uma participação pequena no papel de Fermat (personagem que teria organizado a armadilha), indo da cara de assassino malvado até a de pai fragilizado em poucas cenas.

A direção se mostra eficiente nos enquadramentos, destacando bem os momentos de tensão com cortes rápidos e câmera em movimentação constante.

Também se dá bem na exploração do ambiente da sala-que-encolhe abusando dos closes fechados nos rostos dos atores, o que aumenta a sensação de claustrofobia, além de dar destaque às atuações e ajudar a não cansar o espectador, já que 60% do filme se passa quase que no mesmo ambiente.Ajuda também a ótima e econômica trilha sonora original que, cuidadosamente colocada, estabelece com sucesso o suspense, quando necessário.

As locações fora da sala se mostram todas muitíssimo bem escolhidas e a fotografia consegue destacar a beleza e grandiosidade de cada uma delas, em eterno contraste com a sala-que-encolhe, em especial o belíssimo lago com uma torre em ruínas onde os personagem se encontram inicialmente.Filme de estréia dos diretores, que ganhou um importante prêmio do cinema europeu, convence justamente pela aposta na fórmula do suspense clássico sem muitas inovações estilísticas e por dar destaque às atuações e a história.

Uma história que no fundo faz uma crítica aos egos inflados de alguns acadêmicos que se acham estrelas e também faz uma alusão a grandes mal-entendidos históricos como o do possível “blefador” Pierre de Fermat, já que poderemos nunca saber se ele provou de fato, com o conhecimento matemático que existia no século XVII, o teorema que propôs e o fez ficar mundialmente conhecido.

Recomendado para todos que gostam de ficar colados na cadeira para se surpreender e que também não liguem de aprender um pouco de matemática no caminho.

Valeu!

sábado, 1 de agosto de 2009

Dica de livro: O Cavaleiro Preso na Armadura

Admito que comprei esse livro pela capa. As vezes faço isso. Li o título, vi a figura e comprei.

A cavalaria sempre foi um tema que me interessou, assim como fábulas e a busca eterna pela Verdade (assim mesmo com V maiúsculo).

O Cavaleiro Preso na ArmaduraUma fábula para quem busca a Trilha da Verdade (Editora RECORD, 2002), escrito por Robert Fisher, é uma história com todos esses temas.

O Cavaleiro (que não chega a ter nome) era um homem ávido por batalhas, cruzadas e resgatar donzelas. Conseguiu ficar bem famoso em toda a região por sua habilidade e prontidão, já que aparecia sempre de armadura completa ao sinal de qualquer aventura ou combate. Chegava a dormir com a armadura. Até o dia em que não conseguiu mais tirá-la e isso criou problema na relação com seu filho, sua esposa e com sua forma de interagir com o mundo. Na busca de se livrar da armadura (que ficou emperrada) acabou encontrando o mago Merlin, que com a ajuda de um esquilo e da pomba Rebbeca vão levá-lo a atravessar a Trilha da Verdade.

Comecei a ler empolgado, mas cheguei a me desinteressar por ele depois de algumas páginas, afinal, parecia uma fábula de cavalaria sem nada de novo. E o pior cheirava muito a um desses best-sellers de auto-ajuda de que todo mundo fala.

Já li alguns livros desses e não posso dizer que gostei muito. Não que eu tenha algo contra livros de auto-ajuda, pelo contrário, acho que pra quem está querendo aprender ou mudar alguma coisa toda ajuda será bem-vinda.

O problema é que a maioria desses livros de auto-ajuda que estão por aí não passa de uma repetição maciça de fórmulas que existem desde que o mundo é mundo. E as pessoas tem uma tendência a segui-las e ignorar que o verdadeiro aprendizado vem da própria experiência de crescimento e não de fórmulas pré-estabelecidas. Mas a maioria não tem tempo experimentar e acabam comprando o primeiro livro que alguém indica.

Até ensinam alguma coisa, mas em bem menos páginas do que seria necessário, ou seja, paga-se muito caro na encheção de linguiça. E na maioria das vezes esses livros só ajudam mesmo os próprios autores, que ficam ricos sem dizer alguma coisa realmente nova ou original (vide Paulos Coelhos, Deepak Chopras e Augusto Curys da vida). Mas, como eu disse antes, se conseguirem ajudar realmente ao menos uma pessoa, que tenham longas vidas enquanto o fizerem.

Voltando ao livro, no início fede como mais um desses livros caça-níqueis, mas acaba surpreendendo pela forma bem-humorada como a estória é apresentada.

Fisher é um autor que ficou conhecido por seus roteiros de cinema, teatro e séries de humor na tv americana e acertou ao trazer essa sua experiência de escrita na forma de piadas curtas, apresentadas nos diálogos e reflexão dos personagens.

É claro que as piadas não são parte significante do livro, mas surpreendem por sua leveza e conferem um tom dinâmico a estória. Isso ajuda a digerir o conteúdo "auto-ajudístico", que é apresentado de forma despretensiosa e (por que não?) original, mas meio superficial para quem já leu dois ou três livros do tipo.

Boa sacada também foi a presença do mago Merlin, personagem das histórias do Rei Arthur, que aparece na figura do professor que ajudará nosso herói na busca pela Verdade.

Em resumo, é sim um livro de auto-ajuda, mas que me cativou pela leitura rápida e pela forma bem-humorada, leve e extremamente despretensiosa com que a história é apresentada.

Talvez não mude sua vida (não mudou a minha), mas se fizer você ficar mais auto-consciente e um pouco mais feliz, já valerá a lida.

Valeu!
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