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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Dica de Filme: Entre Lençóis

Um filme que poderia ser tocante. Um filme que poderia ser empolgante. Um filme que poderia mexer com desejos secretos do espectador. O problema do filme é que fica só no poderia.

Entre Lençóis é uma produção brasileira de 2008 dirigida pelo chileno Gustavo Nieto Roa e roteirizada pelo brasileiro René Belmonte.

É a história de um jovem casal que se conhece numa boate e, quase sem trocar nenhuma palavra, rumam direto pro motel. Depois da primeira transa a mulher se levanta para ir embora, mas o homem a convence a ficar mais um pouco, afinal já tinha pago pela noite.

É aí que se desenrola uma seqüência de mentiras, verdades, jogos de sedução, confissões, sexo e declarações de amor precipitadas que quase soam reais.

Digo quase porque, apesar de bem-intencionados nenhum dos dois atores consegue passar muito bem a naturalidade necessária pro texto.

Reinaldo Gianechinni é Roberto e dá pra perceber que ele até se esforça pra convencer no papel, mas seu problema é o mesmo dos galãs atuais: parece ter apenas duas ou três expressões faciais disponíveis. Chega a convencer nas cenas mais descontraídas, e demonstra ter ficado bastante a vontade sem roupa, mas nas cenas sérias ainda precisa de muito trabalho. Ele as vezes parece que faz muita força pra falar.

Paola de Oliveira é Paula e sua atuação é apenas um pouco melhor do que a do parceiro de cena. Se saí bem nas cenas mais sérias e convence bastante no jogo de olhares sedutores, mas por vezes dá a impressão de estar recitando partes do diálogo. Ao contrário de Gianechinni, parece que a atuação dela é prejudicada justamente pelo fato de estar sem roupa.

Isso demonstra talvez a falta de esmero do diretor em tentar criar um ambiente seguro e confortável pros atores no set..

Com 95% do filme se passando dentro do quarto de hotel, o diretor e sua equipe parecem ter se esforçado mais em buscar maneiras de deixar o espaço menos chato e repetitivo, o que sem dúvida conseguiram, mas erraram um pouco com os atores. Uma preparação e confiança maior seriam necessárias.

Sem falar na trilha sonora que parece completamente equivocada e desencontrada em alguns momentos.

Em relação ao roteiro posso dizer que tem uma boa estrutura, mas poderia ter diálogos melhores e não faria mal nenhum se duas ou três cenas fossem descartadas. O roteiro poderia explorar melhor o motel sem precisar da cena inicial na boate ou da cena final no carro.

O casal tem uma beleza sem dúvida indiscutível e isso é extremamente explorado pelo diretor, tanto pelos closes faciais quanto em detalhes da anatomia do dois.

O problema é que a medida que o filme avança pro final, enquanto a roteiro “deveria” ganhar uma carga emocional maior, o diretor ainda parece mais preocupado em mostrar o tanquinho (Argh!) do Gianechinni ou a bunda (linda) e o peitinho (maravilhoso) da Paola do que qualquer outra coisa.

Parece mesmo uma espécie de mea culpa da câmera. Como se o diretor te dissesse “já que não consegui te emocionar, vou tentar ao menos te excitar de novo”.E a história tinha um ótimo apelo. Afinal, quem nunca fantasiou passar uma noite de amor com um completo estranho? Alguém com quem você pudesse se abrir e ser extremamente sincero como se não houvesse amanhã, já que não o veria mais depois do dia seguinte.

Como falei no início, é uma produção que poderia dar muito certo, mas que no fim demonstra claramente como o brasileiro ainda engatinha no quesito cinema.

O filme passa a impressão de ter sido idealizado, produzido e filmado em pouquíssimo tempo, não merecendo ares cinematográficos. Encaixaria muito melhor num formato televisivo. Talvez num Caso Especial ou numa dessas novelas da vida mesmo.

Em resumo é uma história de amor e erotismo de uma noite, que não chega a funcionar muito bem nem no quesito amor e nem no quesito erotismo.

Mas pra não dar a impressão que teve nada de bom, não posso deixar de citar novamente a beleza dos atores, em especial da Paola, que conseguiu me fazer sorrir várias vezes junto com ela. Que coisinha linda! Aaaahh...

(Deixo o
Gianechinni pra quem gosta).

Há também boas cenas de nudez, é claro. Mas nisso o cinema brasileiro já é fera.

Valeu!

Um comentário:

Estela disse...

Já que o filme não é tão bom assim, vou ficar mesmo é entre os meus lençóis.
Fiz um blog de poesia "Poesia nunca é demais",dá uma passadinha por lá.
Bjs.

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