Se seu comentário não aparecer de imediato é porque eles são publicados apenas depois de serem lidos por mim.
Isso evita propagandas (SPAM) e possíveis ofensas.
Mas não deixe de comentar!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Cenas Favoritas: O Cavaleiro das Trevas

Um amigo comentou um post antigo sobre algumas das minhas cenas preferidas nas HQs outro dia e isso me fez lembrar que nesses mais de 20 anos de leitor de quadrinhos ainda existem muitas cenas que me arrepiaram nas HQs.

Uma em especial faz parte dessa minissérie em 4 edições do Batman chamada O Cavaleiro das Trevas (Dark Knight Returns).

A própria série tem muitas cenas memoráveis.

Lançada originalmente em 1986 (chegou aqui em 1987), a série até hoje é lembrada como um marco na história das HQs, e também é considerada por muitos como a melhor história do Batman de todos os tempos.

Foi escrita e desenhada por um jovem Frank Miller, que mais tarde seria o aclamado autor de Sin City e 300 (ambos transformados em filmes de sucesso).

Numa época onde o Batman não andava bem das pernas nos quadrinhos (e na mídia em geral já que o sucesso do seriado de TV dos anos 60 tinha tirado muito da dignidade do personagem), a editora DCComics apostou todas as fichas dando total liberdade ao Miller pra imaginar como seria o futuro do Homem-Morcego.

E ele não fez feio.

Num futuro não muito distante, Bruce Wayne será apenas um senhor de 55 anos aposentado que passa os dias tentando levar uma vida comum em Gotham City. Já faz mais de 10 anos que ninguém avista o Batman ou nenhum outro vigilante em qualquer lugar do mundo devido a uma rigorosa lei que proíbe o vigilantismo.

Mas, como sempre, existe algo de podre em Gotham City. A violência aumenta desenfreadamente. Uma gangue de criminosos ultraviolentos chamada Mutantes está tomando de assalto a cidade e seu líder atraí a cada dia mais jovens para o grupo.

Bruce Wayne decide não ficar parado vendo sua cidade ruir e decide vestir seu uniforme mais uma vez. O problema é ele não malha pra valer há 10 anos, ou seja, está muito fora de forma.

Mas ainda consegue fazer uma brincadeira. Impede alguns assaltos aqui. Dá surra em alguns mutantes ali. Tudo justificado pelo seu senso justiça que só pode ser classificado como psicótico-sádico-obssessivo.

Ele já não é mais o mesmo de antes. Ainda odeia armas de fogo, impede crimes e não se vê capaz de tirar uma vida, mas não vê mal algum em causar dor, ou mesmo aleijar alguém que merece.

Não deixou de ser um herói e salvar vidas, mas ele não luta mais pra proteger os inocentes, e sim pra acalmar seu demônio interno que ficou reprimido durante 10 anos.É aí que as coisas começam a complicar.

A polícia o caça como a um criminoso.
Ele adota uma jovem menina como nova Robin.
Velhos amigos reaparecem para tentar convencê-lo a parar.

E antigos inimigos ressurgem motivados pelo desejo de matá-lo.

É antológica a cena do Coringa acordando de um estado catatônico no Asilo Arkham depois de ouvir sobre a volta do Batman na TV.

Mas essa ainda não é a minha cena favorita.

Eu devia ter uns seis anos de idade quando vi essa revista na banca. Talvez nem soubesse ler direito, mas a imagem da capa me impactou. Batman era o meu herói favorito. É só conversar com minha mãe que ela te conta uma história de como eu fui pra escola três dias seguidos fantasiado de batman aos quatro ou cinco anos de idade.

Meu pai me comprou a revista e, apesar de ter demorado alguns anos pra entender a história, as imagens que vi nela foram combustível pra várias brincadeiras entre meu irmão e eu por muitos anos.

Mas, voltando ao assunto, é aí que entra minha cena favorita da história.

O governo, cansado de ver o Batman escapar da polícia e começar a ser aclamado pelo povo em programas de TV, decide pegar pesado e mandar um velho amigo pra cuidar dele. Contacta o repórter Clark Kent, vulgo Super-homem.

O Super-homem esteve agindo pro governo todos esses anos, utilizando seus poderes para não ser filmado, fotogrado ou mesmo detectado com precisão por nenhum aparelho eletrônico ou olhos curiosos. Então ele segue as ordens do governo e vai atrás do Batman.

Só que Bruce se prepara pra ele. Constrói uma armadura ultra-resistente e manda avisar a Clark que esperaria por ele no local onde seus pais foram mortos.

Super chega ao local na hora marcada e tenta convencer Bruce a parar de agir como vigilante para o bem da América. Batman não o escuta e rapidamente o ataca com uma arma de som. Superman sangra pelo nariz, mas consegue jogar Batman em direção a um poste.

Era tudo que ele queria. Batman se conecta a um plugue que já havia preparado no poste e energiza sua armadura com a eletricidade de toda a cidade. O Super-homem se aproxima e é eletrocutado por milhões de volts de energia. Fica de joelhos e então Batman aproveita para espancá-lo.É aí que entra minha cena favorita.

Bruce (já sem capacete) dá uma senhora surra em Clark enquanto desfere as famosas palavras:
"...Eu quero... que você se lembre, Clark... Em todos os anos que estão por vir... Nos seus momentos mais íntimos... Eu quero que você se lembre... da minha mão... na sua garganta... Eu quero... que se lembre... Do único homem que derrotou você...".

É então que o coração de Bruce pára.

E ele cai aos pés de um ferido e perplexo Super-homem.

Mas é claro que a história não acaba aí. E eu não vou contar mais pra não estragar o final.

Lembro das palavras até hoje.

E Batman derrotando Super-homem foi muito empolgante. Ainda é.

Sem dúvida é uma HQ que ficará pra história por ter redefinido o Batman pro final do século XX e os quadrinhos de um modo geral pelo estilo da narrativa aproveitada e imitada infinitas vezes depois em vários outros personagens.

As cenas que contam a situação da cidade através de comentários dos cidadãos nos programas de TV é uma das que já foram muito plagiadas por aí.
É uma HQ muito elogiada por tratar de política (em particular da Guerra Fria) e também por retratar de forma bastante competente o lado psicológico dos personagens, através de seus pensamentos mais intímos.

O próprio Miller foi contratado meses depois para escrever uma nova história pra origem do Batman nos quadrinhos e essa história, chamada Batman: Ano Um, foi a base pra um dos melhores filmes de heróis de todos os tempos: Batman Begins (aquele de 2006 com Christian Bale) e sua continuação Cavaleiro das Trevas (de 2008 onde o já falecido Heath Ledger levou o Coringa a novas alturas).

A série já teve três ou quatro republicações aqui no Brasil.
A última é de 2007 e junta toda a série num mesmo volume encadernado junto com sua continuação(de 2002), que de tão ruim não é digna nem de uma de citação.Ganhei essa edição de presente da minha namorada há dois anos e guardo com carinho e destaque na minha estante.

Quem gosta do personagem e quer se dizer conhecedor de quadrinhos tem que ler essa história.

Valeu!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Dica de filme: O Curioso Caso de Benjamin Button

Férias terminando. Sonhos com a sala de aula (nem sempre bons) já começando. E meu discurso de aula inaugural sendo preparado mentalmente há alguns dias.

Mas eu ainda acho tempo pra apreciar muita coisa, afinal, tenho que ocupar meus últimos dias livres da melhor maneira que posso.

Na semana passada assisti ao último filme de Brad Pitt, O Curioso Caso de Benjamin Button e achei ele bem legal.
Acompanho notícias sobre ele há algum tempo no meu site de notícias preferido (omelete.com.br) e, quando soube que o filme era baseado num conto, tratei de procurar a versão escrita pra ler antes.

Encontrei num sebo da Av. Passos, perto da Praça Tiradentes no centro do Rio.

O conto se encontra no livro 6 contos da Era do Jazz do autor F. Scott Fitzgerald, um escritor americano que começou a ficar famoso na década de 1920 e escreveu livros como Suave é a Noite e O Grande Gatsby (que, se não me engano, já foi adaptado pro cinema).

No conto, Benjamin Button é um homem que já nasce com pensamentos e corpo de velho, com seus 70 e poucos anos, mas é criado pelo pai, um dono de uma grande loja de ferragens, teimosamente como se fosse uma criança. E, ao contrário de todos, rejuvenesce ao invés de envelhecer.

Nasce em 1880 na cidade de Baltimore, no estado de Maryland-EUA e passa pela vida experimentando as fases de idade na ordem inversa de todos nós.

Não existe, a meu ver, uma grande lição no conto.

Pelo que pude perceber foi apenas um pequeno arroubo de experimentalidade do autor ao narrar a vida de um homem comum (quase ordinário) da época, que por acaso fica mais jovem a cada dia. E não existe explicação pra isso, claro.

No conto, por vezes o autor tenta esboçar uma na forma de comentários de outros personagens como: "Benjamin é teimoso. Gosta de ser diferente.", mas não vai além disso.

Talvez o conto deva ter sido bem mais interessante em sua época de publicação. O interessante mesmo é tentar imaginar a passagem dos anos de Button.

Já o filme é bastante diferente. Com quase três horas de duração, muito se buscou, mudou, incluiu ou cortou pra fazer o conto ficar interessante.Na verdade, do conto mesmo só sobram o nome do personagem principal e sua condição especial. E com as mudanças a história do filme ficou bem melhor.

O filme começa no leito de morte de Daisy (Cate Blanchett), uma ex-bailarina com 90 anos de idade, que pede a filha, que não vê há alguns anos, que leia um diário lhe entregaram há algum tempo. É o diário de Benjamin Button (Brad Pitt).

Benjamin nasce em 1918, no dia que terminou a primeira guerra mundial, em Nova Orleans, estado da Louisiana-EUA.

Seu pai se assusta com a aparência enrugada e velha do bebê.
A mãe morre logo depois do parto e o pai, desesperado, abandona a criança na porta de um asilo de idosos.

A governanta do asilo, uma jovem negra chamada Quennie, se apieda da criança e cria o bebê como se fosse seu.

O médico do asilo não dá a Benjamin muitos dias de vida, já que ele parece sofrer de várias doenças típicas da velhice, mas o garoto cresce e vai ficando saudável.

Só que, ao contrário das outras crianças, sua pele continua enrugada, seus cabelos são brancos e ralos, sua voz é rouca e fraca e ele se cansa muito rápido.

Os moradores do asilo, alguns já senis, adotam Benjamin como um colega e ele cresce ouvindo com a cabeça de uma criança (diferente do conto) os conselhos e histórias (algumas bem engraçadas) de sabedoria da velhice.

É então que aos treze anos (mas com corpinho de 70), Benjamin conhece Daisy, uma menina de oito anos que costuma passar os fim-de-semana com a avó.

Ele fica encantado e logo faz amizade com a menina, pois logo na primeira vez que o viu ela diz que ele não parece um velho. Suas vidas estavam definitivamente entrelaçadas.

Aos 17, Benjamin começa a trabalhar num navio rebocador, fica amigo do Capitão, que o leva pela primeira vez a um bordel e também lhe apresenta a guerra (2a. Guerra mundial) alguns anos depois.

Benjamin se apaixona algumas vezes, mas invariavelmente ainda pensa em Daisy, que se torna uma bailarina famosa na Nova York dos anos 40.

Eles tem alguns encontros e vários desencontros, enquanto ela envelhece e Benjamin rejuvenesce, mas só ficam juntos mesmo quando alcançam fisicamente mais ou menos a mesma idade.O trabalho de maquiagem e efeitos especiais do filme é muito bom.

Mas, do mesmo jeito que no conto, o Benjamin Button do cinema não é um personagem tão interessante.

É claro que, diferente da versão original, os autores do filme souberam enchê-lo de figuras interessantíssimas como o homem que já atingido por raios sete vezes, o pigmeu que fez carreira no zoológico, o padrasto de Benjamin no asilo, o capitão do rebocador, a mulher do espião e a própria Daisy.

Todos eles com mais personalidade que o próprio Benjamin, que parece apenas passar pela vida.Saí do cinema com imagens fortes do filme Forrest Gump (aquele com Tom Hanks) na cabeça e, ao ler sobre o filme na internet, fiquei surpreso em saber que ambos os filmes tiveram o mesmo roteirista.

Se prestar atenção a estrutura dos filmes é praticamente a mesma: personagem com uma condição diferente(e meio bobalhão) conhece diversas pessoas interessantes, vivencia importantes eventos históricos e é apaixonado por mulher que encontra várias vezes, mas só vai lhe dar bola depois da metade do filme.Estaria o roteirista sofrendo uma crise criativa?

Apesar disso, do mesmo jeito que gostei de Forrest Gump, também gostei de O Curioso Caso de Benjamin Buton.

E recomendo a quem gosta de histórias sensíveis regadas a humor e com boas doses de lições de vida.
E se tudo isso não te atrair ao filme, ainda pode ir pra ver o mediano ator Brad Pitt (ARGH!) e a talentosíssima e lindíssima atriz Cate Blanchett (UAU!) como personagens principais. E talvez não se arrependa.

Valeu!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Dica de Desenho: Avatar - A Lenda de Aang

Tenho assistido muita coisa nessas férias, mas nada foi tão legal quanto assistir ao final dessa série.A série começou a ser exibida em 2005 no canal a cabo americano Nickelodeon e terminou agora em 2008.

Se correr ainda dá pra pegar o final na
Globo.

Foram 61 episódios de humor, companheirismo, lutas, decepções, descobertas, traições, amizade, romance e um desenvolvimento e evolução jamais visto em personagens de um desenho animado norte-americano. Pelo menos por mim.

No Japão isso acontece há quase 40 anos nos Animês (como são chamados os desenhos locais), mas dificilmente acontecia na televisão de origem americana. E eles se superaram dessa vez. Tanto que muita gente acredita que Avatar é um desenho japonês e não americano.

Tá certo que o desenho foi todo animado por orientais, mas seus idealizadores, criadores e quase todos seus escritores e dubladores orinais são americanos.

E essa foi a grande jogada da Nickelodeon, apostar na qualidade superior de animação da terra do sol nascente pra fazer uma grande aposta em sua grade. Viva a globalização!

Imagino que o desenho tenha nascido como uma resposta aos animês e mangás que invadiram em peso a cultura ocidental de uns 10 anos pra cá.

Difícil você acompanhar crianças e adolescentes hoje em dia sem que conheça algum herói japonês lutador atormentado por desafios a princípio intransponíveis, mas que se fortalece a medida que a história passa e acaba superando tudo por causa da determinação, do amor e amizade de seus companheiros.

Avatar é bem assim.

Antigamente o mundo era divido em quatro nações: a Nação do Fogo, a Tribo da água, o Reino da Terra e os Nômades do Ar. Algumas pessoas nascidas em cada nação podiam ser treinadas para dominar mentalmente seu elemento de origem.

Mas hoje o mundo está diferente. A Nação do Fogo começou a 100 anos uma guerra que está ameaçando o equilíbrio do mundo.

Quase todas as tribos da água foram dizimadas. O reino da terra persiste mas só restam poucas cidades livres e a capital. E os Nômades do Ar foram completamente extintos.

Cabe ao Avatar, um espírito que encarna uma vez a cada geração para guiar a humanidade com sabedoria ao mundo espiritual, trazer o equilíbrio de volta. Mas ele sumiu sem deixar vestígios há quase 100 anos.

Aang é um garoto-monge de 12 anos que ficou congelado num iceberg por um século até ser libertado por uma casal de irmãos que moram no gelado pólo sul.

Aang é um dominador de ar. Pode dobrar o vento a sua vontade para planar, saltar, correr e, principalmente, lutar utilizando rajadas e outras formas mais complexas para atingir seus inimigos numa base que lembra muito o kung-fu chinês e outras formas de luta orientais.

Acontece que Aang também é o Avatar, o único humano que pode controlar todos os quatro elementos.
O problema é que ele, antes de ser congelado, só tinha aprendido a controlar o ar.
O casal de irmãos Sokka e Katara fazem parte de uma tribo denominada Tribo da Água do Sul e, ao descobrirem que Aang é o Avatar, se comprometem a ajudá-lo a aprender a dominar a água, a terra e o fogo para que possa acabar com a guerra começada pela Nação do Fogo a 100 anos.

Aang é o último nômade do ar vivo. E, além de ser o último de seu povo, ainda recai sobre ele a responsabilidade de salvar o mundo. Será que é muito pra alguém de apenas 12 anos? Com certeza.

A princípio Aang só quer saber de se divertir com seus novos amigos, mas a medida que a história passa ele observa o mal causado pela guerra e também o poder que a esperança trazida pelo seu retorno desperta nas pessoas.

Demora um pouco, mas ele acaba assumindo seu destino. Porém, mesmo se convencendo de que tem que salvar o mundo, isso não quer dizer que vai ser fácil.

A série teve três temporadas a cada uma delas foi nomeada como livro.
O Livro 1: Água tem 20 episódios em que Aang é revivido, viaja com seus amigos, visita várias cidades, conhece o terror da guerra, interage com pessoas boas e más de ambos os lados, é abordado por antigos amigos (alguns vivos, outros não), é caçado constantemente pelo príncipe de 16 anos Zuko, o herdeiro do trono da Nação do Fogo, além de aprender junto com Katara o domínio da técnica de dobrar a água.


O Livro 2: Terra tem mais 20 episódios em que Aang e seus amigos se juntam a Toph, uma menina cega de 12 anos mestra em domínio de terra, que vai tentar ensinar ao Avatar sua técnica.

As coisas ficam mais complexas e eles começam a tentar parar a guerra tentando de todo jeito chegar a capital do reino da terra, a cidade murada de Ba Sing Se, onde as coisas nem sempre são o que parecem.

Testemunham também o príncipe Zuko ser caçado por seu próprio exército e fugir vivendo disfarçado com seu sábio e misterioso tio Iroh, um antigo general da nação do fogo que sofreu uma grande transformação ao ser derrotado e perder seu filho anos atrás nos muros de Ba Sing Se.O Livro 3: Fogo é o último e tem 21 episódios. Começa com um Aang ferido quase mortalmente após enfrentar a irmã de Zuko, a fria e calculista Azula, princesa da Nação do Fogo e uma das poucas dominadoras de fogo que conseguem evocar o relâmpago, uma forma mais refinada de domínio de fogo.

Aang ainda tem que encontrar um professor de dominação de fogo e seu grande dilema é descobrir o que fazer quando enfrentar o Senhor do Fogo.

Será que um monge treinado pra perdoar, ser tolerante, amoroso e compreensivo seria capaz de matar? O final é bem interessante.
As lutas bem próximas a estilos reais de arte marcial é uma das coisas que mais me atraíram na série a princípio.

Alguns anos atrás tive alguma experiência com Tai Chi Chuan, uma forma meditativa e não-agressiva de kung-fu, e reconheci vários movimentos do Tai Chi logo na abertura dos episódios.

Outra coisa interessante é observar a evolução dos personagens.

Sokka começa como um adolescente preconceituoso e medroso e acaba se tornando responsável, tolerante e, apesar de não manipular elemento algum, vira um valioso espadachim e estrategista, sempre tendo idéias melhores das de Aang e Katara.
Katara é uma dobradora de água puramente instintiva e um pouco apagada no início, mas ao arrumar um professor pro Aang, se torna forte e valorosa mostrando sua força diversas vezes chegando, no decorrer da série, a manipular a água de plantas, de seu próprio suor e, até mesmo, do sangue dos outros.

Bem legal.

Mas Zuko é quem mais muda.

No livro 1 ele era apenas um príncipe mimado, banido e bastante convencido de sua própria superiodade, que achava que recuperaria sua honra se capturasse o Avatar, mas a convivência com seu tio Iroh o faz perceber que honra não tem nada a ver com fazer mal a pessoas e sim fazer bem aos outros e a si mesmo. Uma grande lição de vida.

Mas muita coisa acontece até ele entender isso somente no livro 3.Resumindo tudo: Avatar - a Lenda de Aang é um desenho animado americano que bebe diretamente de fontes de filosofia oriental e contém grandes lições de compaixão, amor a vida, amizade e responsabilidade, intercalados com humor no estilo pastelão (característico do principal púlbico-alvo de 12 anos) e ótimas cenas de luta que não devem nada a filmes como Matrix ou O Tigre e o Dragão.
Com certeza é algo que passaria para os meus filhos. RECOMENDADÍSSIMO!

Valeu!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Dica de Livro e Seriado: Dexter

Mês de janeiro na área. Férias pela metade. E eu aqui arrumando um tempinho pra escrever no blog.

Hoje a dica é sobre um livro que virou seriado de TV. E sobre o próprio seriado, que terminarei de assistir ainda nessas férias.

Comentarei sobre o livro e depois falarei um pouco sobre o seriado de TV, que há dois anos figura na lista dos melhores seriados policiais americanos.

Também, a proposta da série é (se não original) no mínimo diferente, porém muito bem executada.

Dexter: a mão esquerda de Deus é um livro de Jeff Lindsay lançado em 2004 nos EUA e que só chegou em julho de 2008 aqui no Brasil.

Dexter Morgan é um rapaz inteligente, simpático, bastante higiênico, bem-apessoado, além de ter um bom emprego e ser até (por que não?) bonito.

Um tipo de rapaz que você com certeza apresentaria a sua família ou gostaria que uma filha lhe apresentasse.

Mas Dexter tem um problema: é um assassino. Desses que matam sempre. Um assassino serial (ou serial killer, se preferir) que trabalha de perito pra polícia de Miami. Seu diferencial é que ele só mata outros assassinos.Dexter foi adotado aos três anos de idade por um policial que o encontrou em uma cena de crime (que será um dos mistérios da história). Quando o garoto fez 10 anos, o pai, percebendo o desejo do filho em matar e destroçar coisas vivas, resolve ensiná-lo a aplacar seu desejo utilizando seus instintos de policial.

E entre lições de como fingir que é parte da sociedade e de como abordar uma presa de caça, o pai vai aos poucos gravando na mente do filho um rígido código de conduta. Código esse que o ensina só a caçar animais ou pessoas como ele, gente que merece.
O livro começa com Dexter perseguindo um padre na saída de uma apresentação do coral de uma igreja católica. Após capturar o padre, eles chegam numa construção abandonada onde vários corpos de crianças mortas estavam dispostos sobre a mesa. Dexter faz o padre olhar as crianças mortas e o padre acaba confessando ser o responsável pelas mortes. De acordo com o código de seu pai, isso era tudo que Dexter precisava. O padre nunca mais veria a luz do dia.

Na manhã seguinte Dexter é chamado para periciar uma cena de crime. Foi chamado por sua irmã Deborah, que trabalha na patrulha como guardinha e estava trabalhando disfarçada como prostituta.

Ela pede ao irmão que a ajude a solucionar esse crime, pois seu maior sonho era entrar na Homicídios, departamento que investiga os assassinatos.

Dexter é um perito especializado em borrifos de sangue, mas esse caso é diferente.

Uma mulher foi desmembrada e teve seus membros embrulhados separadamente. O problema é que não há sangue. Nenhum. E isso deixa Dexter maravilhado.

Esse é só o começo do livro que é narrado sempre em primeira pessoa, ou seja, a história é contada sempre do ponto de vista de Dexter e somos confrontados com sua mente sombria, incapaz de se emocionar, mas cheia de humor negro.É um dos ponto altos do livro. O suspense da perseguição ao assassino que não deixa sangue em paralelo as tentativas de Dexter de manter relações pessoais com amigos, irmã e até mesmo uma namorada, em face da admiração que passa a sentir pelo serial killer rival.Admiração essa sempre conflitante, pois se de um lado ele encontra alguém igual a ele, por outro seu desejo e o código de seu pai lhe dizem que esse ele poderia matar sem culpa.

A primeira temporada da série televisiva é bastante fiel ao livro, chegando até a ser melhor.

Michael C. Hall (famoso pela série A Sete Palmos do canal HBO) faz um Dexter sublime que interpreta o assassino de assassinos com um expressividade contida, mas percebível e em perfeita sincronia com a narração dos pensamentos da própria personagem (mantida na série). O ator já ganhou vários prêmios, entre os principais do circuito televisivo, desde que a série estreou em 2006.

A grande diferença da série pro livro é claro são os outros personagens. Enquanto no livro alguns colegas de Dexter fazem só a "figuração" por assim dizer, na série eles são personagens complexos que vão sendo aprofundados pelos autores a medidade que os episódios avançam.

Dexter continua, é claro, sendo o personagem principal, mas os escritores do seriado acertaram em cheio ao dar conflitos aos colegas de trabalho de Dexter, pois isso só aumentou a dimensão humana do próprio monstro-psicopata que é o personagem-título.

Outra mudança óbvia na série é a presença de vários outros assassinos caçados por Dexter. No livro ele só chega a matar três pessoas enquanto persegue o assassino principal. Fazer isso na série é um pouco mais complicado, pois cada episódio tem que consistir numa história fechada apesar de fazer parte do todo que é o primeiro ano.

É claro que não é em todo episódio que ele mata alguém, mas no total dos 12 episódios da primeira temporada ele mata bem mais gente que no livro.
Até agora só assisti até a metade da primeira temporada, mas gostei muito até aqui. O que já andei lendo em alguns sites de fãs é em relação ao final ser um pouco diferente do final do livro, mas nada que mude absurdamente a intenção do autor Jeff Lindsay.

O seriado acaba de terminar a exibição da terceira temporada lá fora, sendo que a segunda está quase terminando por aqui no canal a cabo FX e por enquanto só a primeira saiu em DVD.E existem ainda mais três livros com o personagem, sendo que apenas o primeiro foi lançado no Brasil.

Resta ficar na torcida pros outros livros serem traduzidos rapidamente e pra lançaram os outros dois anos da série em DVD (já que o canal FX não é dos mais assistidos na TV a cabo).

Apesar do motivo sanguinário, não é preciso tanto estômago pra apreciar a série. Mas é necessário ter a mente aberta e alguma inteligência pra captar o sarcasmo e ironia das frases ditas por Dexter, característicos do humor negro da série.

Uma boa pedida pra quem quer fugir do convencional.

Valeu!
Ps.: um blog com boas notícias e informações da série: http://dexterlords.blogspot.com/
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
 
Tweet