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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Dica(?) de filme: Nome Próprio


Vi nesse fim-de-semana o novo filme da atriz Leandra Leal (a Elzinha da novela Ciranda de Pedra).

Não sei se o recomendo. Mas quero falar um pouco do filme aqui.

O filme acaba de ganhar o prêmio de melhor filme, melhor atriz e melhor diretor de arte no 36º. Festival de Cinema de Gramado.

Os outros dois podem até ser válidos, afinal é o cinema brasileiro se auto-premiando, mas merecido mesmo foi o de melhor atriz.

Pra fazer tudo o que essa menina fez em frente da câmera tem que ter coragem. Mas ainda não sei se recomendo o filme.
Bom, pra começar um pouco da história (?).

Camila é uma jovem brasiliense que mora em São Paulo e acaba de ser expulsa de casa pelo namorado. Ela tem um blog. Escreve diariamente no seu computador. Tem até alguns fãs e pessoas que comentam sempre seus textos na internet.
Vai morar no quartinho de empregada de um amigo. Seu projeto atual é escrever um livro. Decide aproveitar esse tempo extra que acabou de arrumar pra tentar e acaba descobrindo um pouco mais sobre si mesma e a vida no processo. As palavras se sobrepõem na tela. Camila consegue um apartamento. Se decepciona, ficando com mais homens (e até uma mulher). E só.

Contando assim parece poético. Pode até dar vontade de ver filme, né?

O filme tem sim alguma poesia, mas isso é alternado com cenas de sexo, (muitos) palavrões, escatologias, bebidas, fumaça de cigarro, obsessões e choro. Tudo isso numa espiral descendente que envolve a personagem numa tentativa caótica de autodestruição a princípio motivada pelo rompimento com o namorado.
Digo a princípio, pois ela pega mais uns três desconhecidos (e uma amiga) no filme e isso faz você até esquecer do primeiro cara.

Camila fuma e bebe. E muito. Bebe álcool como se fosse sua única fonte de nutrição e fuma como se precisasse daquilo pra respirar.

Camila é nojenta. Leandra Leal está nojenta. (E mereceu seu prêmio de melhor atriz).

É um daqueles filmes que exigem total entrega e comprometimento da atriz e muito estômago pro espectador agüentar até o final.

Na sessão em que estive, uma velhinha e outra moça levantaram na metade filme e não voltaram. Fico pensando em quantas sessões do filme essa cena se repetiu.

Talvez não tenham agüentado os palavrões (sempre presentes em filmes nacionais) ou quem sabe não agüentaram ver a personagem fazer tanta (não resisti ao palavrão) merda.

Que o diretor Murilo Salles faz questão de mostrar sem medo e em closes. Talvez por isso deve ter tanta gente falando bem do filme. E deve ser por isso que ganhou o prêmio de melhor filme em Gramado. Não sou muito fã de cenas feitas apenas pra chocar a platéia (alguns chamariam essas cenas de naturalistas).

O filme é baseado em dois livros e outros textos de Clarah Averbuck, uma jovem de 29 anos que nasceu em Porto Alegre e veio a São Paulo em 2001 pra ser escritora. Já teve três livros publicados e foi campeã de acessos em blogs da Internet. E ela diz várias vezes em seu blog atual que não é a Camila do filme.

Também diz que se orgulha de ter conseguido vender os direitos de seu primeiro livro pro cinema (onde aí sim colocou experiências pessoais) e que a Camila do filme foi mais composta pela mente de Murilo Salles, Leandra Leal e equipe, do que por ela. Será verdade?

Bom, voltando ao filme, pra quem possa interessar, existem sempre as cenas de nudez. E de sexo, claro.

Leandra Leal já começa o filme nua. Depois fica de camisão e calcinha. Alterna alguns vestidos. Muda algumas camisetas. Fica nua de novo. Bota um sutiãzinho pra disfarçar. Fica nua mais um bom tempo. Veste uma roupa e aí o filme acaba.
E quem quiser ver tudo isso tem agüentar as outras cenas. Algumas desconfortantes e, pra mim, desnecessárias a história.

Mas quem sou eu pra falar? Só sei que nunca mais vou olhar a doce Elzinha da novela das seis da mesma maneira.

Valeu!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Dica de Livro: Artemis Fowl

Artemis Fowl é o Menino Prodígio do Crime numa série de cinco livros publicados atualmente e com mais um pronto pra ser lançado.

Acredito que tenha sido uma espécie de resposta do autor Eoin Colfer ao sucesso de Harry Potter.

Só que Artemis não é um aprendiz de mago e (pelo menos no primeiro livro) quase nada bonzinho.
Herdeiro de uma rica família de trapaceiros e criminosos, ele é obrigado a assumir a cabeça da família depois que seu pai desaparece misteriosamente tentando fazer um negócio legítimo e sua mãe fica depressiva.

Dono de uma inteligência incomum pra alguém de sua idade, Artemis (de apenas 12 anos) bola esquemas mirabolantes, até que se depara com algo que só existia em suas fantasias de infância: as fadas existem!

No primeiro livro, montando um estrategema sórdido e acompanhado de seu mordomo-guarda-costas-matador Butler, ele bola um plano pra sequestrar uma fada e fazê-la entregar toda sua magia e o lendário ouro das fadas.

O problema é que o mundo das fadas não é mais tão mágico e inocente como mostram os livros infantis. É o que ele descobre ao sequestrar a elfa Holly Short, capitã da LEPrecon, a polícia do mundo das fadas.

Caberá ao povo das fadas (moradores do subterrâneo), auxiliados pelo centauro-engenheiro Potrus e pelo anão-ladrão Palha Escavator enfrentarem Artemis e libertarem a capitã Holly.

Mas o garoto-da-lama (como o povo das fadas chamam as pessoas da superfície) não vai ser tão fácil de enganar quanto eles esperam. E isso é só o primeiro livro!

Com uma narrativa bastante dinâmica, cinematográfica e cheia de reviravoltas, o autor conseguiu me prender o suficiente pra ler os primeiro quatro livros quase um depois do outro (e depois de dois anos de espera já me preparo pra ler o quinto). Muito Bom!

Breve resumo dos outros Livros

No segundo livro Artemis Fowl: Uma Aventura no Ártico, Ártemis obtém pistas do paradeiro de seu pai no Círculo Ártico enquanto a LEPrecon encontra bandidos Goblins com armamentos sofisticados demais pra sua própria inteligência. Todas as pistas apontam pra Ártemis, que dessa vez não tem nada a ver com a história. Dessa vez ele será obrigado a ajudar o povo das fadas em troca de ajuda pra resgatar seu pai da Máfia Russa.

No terceiro livro, Ártemis Fowl: O Código Eterno, Ártemis constrói um supercomputador com tecnologia roubada do mundo das fadas e tenta chantagear um empresário americano inescrupuloso chamado John Spiro pedindo uma enorme quantia em ouro em troca de não colocar sua invenção no mercado e abalar a economia mundial. O problema é que algo sai errado, o computador é roubado e Butler fica mortalmente ferido. A capitã Holly Short vai investigar o uso da tecnologia das fadas e acaba obrigada a ajudar Ártemis a recuperar o computador antes que o código eterno que o bloqueia seja desvendado e o povo das fadas acabe exposto ao humanos.
O quarto livro, Ártemis Fowl: A Vingança de Opala, começa com Ártemis sem nenhuma memória do povo das fadas ou de suas aventuras anteriores (isso é explicado no final do terceiro livro). É então que Opala Koboi, a elfa que deu armas aos Goblins no segundo livro, foge da cadeia e arma uma arapuca pra capitã Holly Short. Acusada de traição, Holly terá que fugir pra superfície e procurar o único que pode ajudá-la a provar sua inocência: Ártemis Fowl. Ele terá que recuperar sua memória, ajudar a capitã e impedir os planos de Opala para destruir a cidade das fadas.

Em relação ao quinto livro, Ártemis Fowl: A Colônia Perdida, só posso dizer que lerei brevemente.

Os dois primeiros livros são com certeza os mais eletrizantes. Tanto que ganharam vários prêmios de literatura infanto-juvenil da Inglaterra e fora dela.
Um sexto livro chamado Artemis Fowl: Time Paradox está pra ser lançado lá fora e especula-se que chegue no final do ano ao Brasil.

Um filme sobre o Artemis está sendo preparado há algum tempo em Hollywood, mas o projeto sempre engasga e pára por alguma coisa. Boatos sobre atores, roteiristas e diretores invadem os sites de entretenimento vez ou outra.

Outra coisa interessante são os códigos inseridos pelo autor Eion Colfer nos rodapés das páginas de cada livro. No primeiro livro Artemis só consegue contatar o povo das fadas depois que decifra o dificílimo idioma do povo. Desde então o autor coloca frases cifradas, saudações e brincadeiras em cada livro baseando-se no código explicado por Artemis na primeira história.

Existem muitas comunidades no orkut e milhares de sites de fãs na internet criados pra discutir Artemis e os códigos que o autor Eoin Colfer inventa. Uma bom entretenimento pra quem gosta de desafios: a diversão não termina depois que a história acaba.

Uma adaptação em forma de HQ do primeiro livro da série foi lançada na Bienal do Livro de São Paulo agora em agosto. Eu tratei de garantir a minha. Bem legal pra quem não leu o livro, mas nem tanto para quem leu.

O autor prefere focar na ação e a história perde um pouco de seu charme terminando muito rápido e ficando muito superficial.

Mas não pense que só crianças ou adolescentes podem apreciar as histórias de Artemis. A narrativa fluida de Eoin Colfer tem o frescor das boas histórias: não subestimam a inteligência de seu leitor, ou seja, servem pra todas as idades.
E eu ainda prefiro Artemis ao Harry Pottter.
Valeu!

sábado, 23 de agosto de 2008

Filme: Fonte da vida

Uma linda história de amor que ultrapassa os séculos. Uma busca obsessiva pela manutenção da vida.

Um filme tocante e extremamente sensível. Mas também controverso. Ou você gosta ou não.

Fiz uma sessão particular na casa de um amigo e ninguém gostou.

Acho que é tudo uma questão de entendimento. Se bem que eu mesmo admito que a história dá margens a algumas interpretações.
O filme tem três momentos distintos.

Começa com um explorador espanhol no século XV prestes a descobrir a lendária Árvore da Vida que cura todos os males e concede a juventude a quem bebe de sua seiva.

Passa rapidamente pra um futuro distante onde um monge viaja numa bolha transparente pelo espaço na companhia de uma árvore em direção a uma estrela moribunda.
Volta pro presente onde um médico faz pesquisas em macacos na intenção de poder curar o tumor que ataca sua própria esposa.As três histórias se alternam durante o filme inteiro indo e voltando até o clímax.

O que liga estas três histórias, a princípio, é o ator Hugh Jackman (o Wolverine do filme dos X-men) que faz todos os três papéis masculinos.

Mas, à medida que o filme avança, percebemos outras ligações entre as histórias.

Além da linda atriz Rachel Weisz (aquelas dos primeiros filmes da Múmia), que faz o papel feminino e também aparece nas três histórias, temos a árvore como elemento constante no filme, além da busca obsessiva dos três homens pela cura e manutenção da vida.Conforme assistimos, obtemos várias pistas de que os três homens podem muito bem ser a mesma pessoa.

É aí que o filme começa a ficar confuso pra maioria das pessoas, pois ao concluir as três linhas narrativas o diretor Darren Aronofsky (autor dos filmes Pi e Requiem para um sonho) provoca interações entre elas que acabam deixando margens a muitas interpretações.

Admito que fiquei confuso e saí do cinema pensativo igual a maioria das pessoas, mas agora penso que o final não podia ser diferente.

Na comunidade do filme no orkut as pessoas discutem algumas destas interpretações. Tem gente que diz que único plano existente é o do médico, sendo os outros dois planos uma interpretação mental criados pelo diretor pra explicar a motivação do personagem.

Na primeira vez que vi o filme, saí do cinema pensando quase isso. Achava que o passado e o suposto futuro seriam uma metáfora pra contar a história de amor do médico pela sua esposa, mas agora que já vi o filme três vezes acho algo um pouco diferente.

Pra mim o passado é mesmo uma metáfora criada pela esposa do médico para retratar a busca frenética do marido por algo que possa salvá-la. Tal qual um cavaleiro explorador fanático faria em devoção a amada sua Rainha.

Já o futuro seria o próprio médico após ter alcançado a imortalidade, mas ainda obsessivo, agora tal qual um monge por sua rotina em busca da iluminação. É aí que o filme acaba, num misto de frustração e desespero que só termina quando ele faz o que sua esposa pedia pra ele há muitos anos atrás.

A iluminação final pode vir das coisas mais simples.
É claro que vocês podem discordar de mim, mas só depois de terem visto o filme, né?

Acima de tudo não passa de uma história de amor com momentos emocionantes e uma linda fotografia, repleta de imagens belíssimas banhadas constantemente por luzes douradas (nas três histórias), além da trilha sonora que me fez chorar em alguns momentos.

Eu recomendo, mas.... será que você gostaria do filme?
Valeu!
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