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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Dica de Quadrinhos - MAUS

Uma história que conseguiu mesmo me emocionar essa.

Mas antes de contar onde (afinal, a história emocionou todos que dizem que leram) tenho que fazer um breve histórico.

Como já disse, sempre li críticas positivas em relação a essa história por causa da naturalidade, sensibilidade e sinceridade que tratava assuntos como preconceito, sofrimento, discriminação, tortura na Segunda Guerra e tal.

Bom, pra início de conversa eu nunca gostei desses assuntos "tenebrosos". Se tem um motivo pelo qual eu comecei a ler quadrinhos e continuo até hoje é pra fugir desses assuntos (que são bem consistentes e atuais no mundo real).

Na verdade eu nunca fui muito fã de guerras. Nem mesmo de assistir filmes de guerra eu gostava.

Mas é claro que conforme fui envelhecendo e amadurecendo percebi que não podia ter uma visão ampla e nem participar da sociedade se não tivesse uma opinião sobre elas. E qual a melhor maneira de encontrar uma opinião? Conhecendo o máximo possível sobre o assunto.

Pois bem, passei a assistir filmes de guerra, li alguns livros e finalmente peguei MAUS de Art Spiegelman pra ler achando tudo aquilo que aconteceu 2a. Guerra algo absurdo de uma ganância e ignorância terríveis, porém sem nunca ter me emocionado a fundo.Comecei a ler essa HQ achando que o mesmo aconteceria com ela em minhas mãos.

No início até foi assim (é mais uma história de sobreviventes da guerra que passaram por campos de concentração), mas a quantidade de detalhes e a naturalidade que as palavras fluem acabam te fazendo entrar na história como se você realmente tivesse estado lá.

Me surpreendi mesmo com a história e sou da opinião que o material deva ser elevado a qualidade de documento histórico pois retrata com fidelidade toda a angustia de um povo naquela época.

Bom, chegando aos finalmentes, a cena que mais me emocionou (quase me fazendo chorar) não foi uma cena triste (alias um dos pontos fortes da história é não dar muita importância a técnicas que com certeza emocionariam os mais sensíveis).

O que me emocionou foi uma cena de agradecimento.

Um colega de trabalho do pai de Spielgelman, que estava de prisioneiro no Campo de concentração junto com ele, tinha perdido um dos sapatos e o cinto, sujando os pé de lama todos os dias no campo de trabalho, além de perder uma das mãos para trabalhar, já que tinha que segurar as calças o dia todo.

O pai de Spielgelman, que trabalhava no setor de roupas e mantimentos, viu o sofrimento do colega prisioneiro e tratou de convencer o soldado-chefe do setor de roupas a lhe arrumar sapatos e um cinto novo trocando-os por algo que tinha guardado para sua esposa.

Qual não foi a gratidão do homem quando recebeu sapatos novos no seu tamanho e um cinto para lhe segurar as calças gastas e sujas? Abraçou efusivamente o pai de Spielgelman e chegou a chorar pelo gesto que pareceria tão banal e sem importância pra maioria de nós.

Foi aí que eu me emocionei. Estava fisgado mesmo pela história. Não tinha mais como fugir.


MAUS é uma história de um sobrevivente de um campo de concentração que tem todas as características que descrevi lá no início do texto, porém com o (GRANDE) diferencial de ser contada com a leveza de uma conversa de bar numa tarde de domingo.

O quê não diminui de nenhuma forma a importância da história.

Digo isso pois sou da opinião de que ela, num primeiro momento, não tenha sido pensada para emocionar (e o fato dos personagens serem retratados como versões humanas de animais atesta isso), mas consegue emocionar mesmo assim.

Valeu!

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